Profissionais enfrentam desafios e preconceitos para inclusão.
Ao ingressar na banca de um grande escritório em 2019, o Advogado autista Antonio Augusto Ferreira Neto conta que os preconceitos não vêm só de outros profissionais da área e colegas, mas também da comunidade de pais e tutores que desconfia da capacidade de ele dar andamento aos processos. Antonio atua com foco no atendimento a pessoas com deficiência e suas dificuldades com a lei. Além disso, ele produz conteúdo sobre suas experiências e contratempos no meio jurídico para sua página Legalmente Autista nas redes sociais.
É também na rede social que o Advogado Romeu Sá Barreto defende a comunidade dos autistas, da qual recentemente descobriu que faz parte. O diagnóstico veio depois do da filha e, como muitos adultos, que se descobrem neurodiversos, a vida começou a fazer mais sentido. As manias (às vezes, um balançar de corpo ou de membros), a dificuldade de estar em ambientes barulhentos ou com muita luz, falar em demasia ou alterações de humor passaram a ser compreendidos e entendidos de forma a se criar estratégias para melhor conviver. Segundo Barreto, a vida fica mais fácil depois do diagnóstico: “porque a gente começa a se entender, mas aí começa a luta para fazer a sociedade entender que temos direitos a conviver, a trabalhar e a ser respeitados nas nossas diferenças”.
No Brasil, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85% dos indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) não trabalham formalmente. É nesse ponto que os entrevistados do Boletim nº 3071 se diferem da maioria: são advogados, exercem a profissão e se orgulham de vencer desafios e preconceitos.
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